domingo, 26 de outubro de 2014

Café Europa Radio Show #138

01. SCOTT WALKER - "Cossacks Are" (USA) (the drift - 2006)
02. SCOTT WALKER - "The Day The 'Conducator' Died (An Xmas Song)" (USA) (bish bosch - 2012)
03. SCOTT WALKER & SUNN O))) - "Brando" (USA) (soused - 2014)
04. CURRENT 93 - "Invocation of Almost" (GB) (aleph at hallucinatory moutain - 2009)
05. ALCEST - "Délivrance" (FRA) (shelter - 2014)
06. RAINY DAYS FACTORY - "Sorry" (PT) (ocean of tears - 2013)
07. JULIAN COPE - "Psychedelic Revolution" (GB) (psychedelic  revolution - 2012)
08. THE JAPANESE GIRL - "Electrical Impulse" (PT) (a tea with twiggy kasumi - 2013)
09. PSYCHIC TV - "As Tears Go By Unclean (Gen's Mix)" (GB) (pagan day - 1994)
10. ARBEIT! & KENJI SIRATORI - "Surrender Cell" (FRA/JAP) (menses world - 2007)
11. MARC ALMOND & FOETUS (FLESH VOLCANO) - "Love Amongst The Ruined" (GB/AUS) (slut - 1998)
12. EYELESS IN GAZA - "Fixation" (GB) (photographs as memories - 1981)
13. STREET KIDS - "Propaganda" (PT) (trauma - 1982)
14. AIRES FERREIRA - "5:15" (PT) (apneia - ep - 2010)
15. RESERVA ESPIRITUAL DE OCCIDENTE - "Camara Ardiente" (ESP) (la noche blanca - 2012)
16. BURZUM - "To Hel And Back Again" (NOR) (the ways of yore - 2014)
17. DEAD CAN DANCE - "Children Of The Sun (live)" (AUS) (in concert - 2013)
18. SWANS - "Eden Prison (Live at Primavera Sound 2011)" (USA) (no edited - 2011)
DEAD CAN DANCE

SWANS
Photos: AF

domingo, 19 de outubro de 2014

Café Europa Radio Show #137 (Especial: ROME – A Passage To Rhodesia (LUX), 2014, Trisol ‎– TRI 471 2CD, DVD, Vinyl, 10", Picture Disc, Box Set, Numbered)

ROME"A Passage To Rhodesia"
Lado A 10”
01. - "Braai The Beloved Country"
CD2 “House Of Stone
02. ”The Road To Rebellion”
03. ”The Declaration”
04. ”A Short 1000 Years”
05. ”A Deafening Silence”
06. ”The Great Divide”
07. ”Matabele Land”
08. ”Open Grass / High Ground”
09. ”The Rape Gate”
10. ”Wreaths”
11. - “The When-Wes Of Rhodesia”
12. - “Gesture Without Motion”
13. - “Ending An Era”
CD1 “A Passage To Rhodesia”
14. - ''Electrocuting An Elephant''
15. - ''The Ballad Of The Red Flame Lily''
16. - ''One Fire''
17. - ''A Farewell To Europe''
18. - ''The Fever Tree''
19. - ''Hate Us And See If We Mind''
20. - ''The River Eternal''
21. - ''A Country Denied''
22. - ''Lullaby For Georgie''
23. - ''In A Wilderness Of Spite''
24. - ''Bread And Wine''
25. - ''The Past Is Another Country''
Lado B 10”
26. - ''My Traitor's Heart''

O colectivo luxemburguês ROME, comandado por Jerôme Reuter, tem vindo a marcar profundamente os trilhos da música popular do futuro. Em cerca de dez anos, foram criados trabalhos capazes de garantir, só por si, um espaço na música moderna europeia, fugindo a todos os possíveis rótulos e comprometendo-se seriamente com ideais que ultrapassam em nitidez os vagos sonhos libertários da segunda metade do século XX.
Jerôme Reuter e companheiros, concretamente nos álbuns “Flowers From Exile”, “Die Aesthetike Der Herrschafts Freiheit” e neste “A Passage to Rhodesia”, afirmaram-se como dos mais fortes proponentes dum grande renascimento da canção e do álbum conceptual, da poesia com uma verdadeira e significativa mensagem, tudo apanágio do tal compromisso com a Liberdade, a Filosofia, o Conhecimento e, em suma, com um Humanismo que procura sempre esquivar-se de todos os clichés formais da música pop/rock.
Dizer que os ROME ainda são um projecto de neo-dark-folk em 2014 é um autêntico anacronismo; os patamares de sofisticação no capítulo da produção em estúdio, a versatilidade das suas composições e, acima de tudo, o acervo literário dos poemas de Jerôme, fazem dos ROME dignos pares de nomes como os SWANS, DEATH IN JUNE, NICK CAVE, o que poderá passar sempre pelo crivo da influência maior de LEONARD COHEN e JACQUES BREL.
Para os estreantes na música dos ROME, começar por este “A Passage to Rhodesia”é como uma bênção para os ouvidos ávidos de santuário, nos labirintos estéticos do presente. Trata-se de uma massiva obra-conceptual incidente criticamente, como é óbvio, no país que nos anos 60 e 70 cristalizou o ideal do apartheid.
Os ROME, detentores de uma consciência natural, independentemente alinhada com a chamada Nova Esquerda, despoluída de lugares comuns que conhecemos sobejamente, abordam as memórias de uma vida passada nas paisagens inebriantes de uma aventura colonial, alicerçada no velho sonho pioneiro do desbravamento branco da África negra, não numa perspetiva meramente saudosista como se tem assistido em quase tudo o que é produzido em veículos mediáticos que pretendem alegadamente confortar os corações dos que lá nasceram e viveram, infelizmente compactuando com as tomadas de posição colonialistas e supremacistas dos seus impérios em lenta decadência.
O ponto de vista assumido pela escrita e composição de Reuter parece mais rever-se na obra de Joseph Conrad, “O Coração das Trevas”, já não como imagem do narrativo fascínio pela descida aos horrores da vontade de Poder, mas como prova de reflexão sobre a vontade do sonho impossível. Aliás, esta visão crítica poderia ser aplicada em termos, a qualquer das nações europeias que mantiveram outras nações africanas em segregação absoluta até ao início do último quartel do século XX, na qual também se inclui a nossa. Mas, a condenação inerente do estado da Rodésia, como uma espécie de experiência unilateral branca absoluta, não passa, segundo Jerôme Reuter, pela visão simplista de considerar a maioria dos Rodesianos brancos como brutamontes racistas, sendo assim possível promover uma abordagem poética dos sentimentos dos que piamente acreditavam estar do lado do bem na História, enquanto actos sangrentos se desenrolavam contra as organizações de libertação e resistência, e o número de mortos se acumulava de parte a parte.
JeROME Reuter
Esse paternalismo, para alguns insuportável, simbolizado na figura de Ian Smith, como o derradeiro guru branco do Apartheid integracionista – por muito paradoxal que soe – acabava por passar por mero patriotismo de sangue, eivado do espírito de missão cristã branca, mas muito pouco inocente em relação à riqueza natural do país, face à quase indiferente e hipócrita posição da Coroa Britânica, que se limitava a lamentar que “aqueles Rodesianos tinham morrido pelo Reino Unido” e que a cada “Poppy Day”, dia de lembrança dos caídos pelo Império, os incluía no voto de “We will remember them”.
Acreditar que o sonho Rodesiano, tornado pesadelo durante quinze anos, desde a declaração unilateral de independência em 1965 até à vitória inevitável de Robert Mugabe nas eleições de 1980, foi talvez a derradeira mostra do espírito aventureiro branco ocidental, será decerto sinal de grosseira ingenuidade. A grande maioria dos brancos Rodesianos, embora gente decente e bem-intencionada, alicerçava a sua visão de futuro na projeção do bem-estar material, assumindo a marcada divisão social e racial, em certos aspectos bem mais vincada que na vizinha África do Sul, então também no auge do seu apartheid.
Como diz o próprio Jerome Reuter, a aventura Rodesiana branca desnovelou um longo e frágil fio de contradições e paradoxos, afinal tão típicos das sociedades humanas. Mais baseado na ignorância e na distância cultural, que no racismo intencional, puro e duro, o domínio do projeto de Ian Smith tornar-se-ia num tétrico anacronismo do século XX, numa longa guerra que se estendeu durante toda a sua vigência, em que as forças brancas e a resistência negra se envolveram em incontáveis episódios de bárbara chacina, epitomados, a título de exemplo, pelos britânicos THROBBING GRISTLE no tema “Slug Bait”, numa época em que também as nações vizinhas Angola e Moçambique se envolviam também em longas guerras fratricidas, com a presença dúplice de batalhões de mercenários brancos de origem britânica diversa, alguns dos quais acabaram frente aos pelotões de execução do MPLA, depois de terem feito toda uma rodagem de campo nas Bush Wars rodesianas. Mas, há muito mais sobre a Rodésia, para lá dos controversos factos que a História registou nas suas páginas sangrentas, e, parafraseando João Bénard da Costa, será esse inatingível sonho que, através de imagens sobrepostas de luz e trevas, o Poeta quer exprimir.
E depois de todo este longo preâmbulo, já com sabor a desenvolvimento da nossa abordagem especial a “A Passage to Rhodesia” no Café Europa, apenas motivados pela dimensão grandiosa do novo disco dos ROME, que agora são mesmo apenas Jerome Reuter, é pois forçoso que nos concentremos na música e criatividade mais uma vez evidenciados pelo ainda jovem compositor luxemburguês. Contudo, bem sabemos que é difícil separar o tema da sua forma – o trabalho dos ROME tem vindo a cristalizar a sua estética, num aprumo ascendente de escrita da canção, dos arranjos, da colagem e manipulação sonoras, e ainda no plano de gravação e produção, por vezes com a recorrência a velhos sistemas analógicos, outras dominando por completo as facilidades que o processamento digital trouxe aos músicos dos nossos dias.
A Passage to Rhodesia” goza sobretudo de um efeito que está patente essencialmente nos dois CD’s e um pouco menos no maxi-single picture-disc 10’’ que acompanha a componente áudio deste lançamento – a mestria do uso de eco e reverberação capaz de comprovar um dos motes que Reuter usou para a concepção do álbum – “O passado é um outro país”.
É também necessário não esquecer referir aos recém-chegados aos ROME, que este conceptual duplo álbum e meio, tem um primeiro disco de doze canções, coerentemente compaginados no formato grandiloquente e solenemente sentido a que já nos habituaram, enquanto o segundo CD nos traz outros doze temas de carácter historic-ambient, com colagens sonoras reais de época (algumas propositadamente roufenhas) assentes em leitos de teclados, instrumentação diversa e efeitos, traduzindo a outra vertente menos óbvia dos trabalhos de ROME.
Dado tratar-se de uma obra conceptual, parte narrativa, parte evocativa do sentido ou da ausência dele no episódio Rodésia 65-80 na História, e mais concretamente na História de África, o ouvinte parece receber mais “input” significativo pelo CD 2 e pelo 10’’ do que, exactamente, no disco de canções, mas será impossível ignorar o potencial lírico de Jerome Reuter. A sua voz calma e profunda, a prosódia solene mas bem colocada e articulada, elaboram profusamente sobre os fantasmas históricos da Rodésia, um magnífico efeito de nostalgia, horror, pesadelo e assombração.
O correspondente adjectivo inglês “haunting” define bem o efeito final, tornando toda a outra argumentação redundante. A citação de Hemingway que dá mote a “The Ballad of the Red Flame Lily”, primeira canção do álbum, após a abertura instrumental-ambiental de “Electrocuting an Elephant”, diz que “para se viver em África, tem-se que saber o que significa morrer em África” – o ponto de vista autocrítico fica lançado, o reconhecimento do erro, dos remorsos que se afogam num confronto de mitologias que contrapõe o cristianismo às religiões autóctones, em que a moral, a ética, o sentido da vida se esvaem no vazio que há no centro de todas as coisas.
Na primeira parte de “A Passage to Rhodesia”, Jerome Reuter não se cansa de referenciar as frases e versos soltos que os Grandes deixaram para a História e, pegando em T.S. Elliot, avança com:
“Dêem-se por satisfeitos por terem luz suficiente para assegurarem mais um passo em frente”,
mas, em “One Fire” o sentimento é ainda o do colono que se fecha na sua comunidade “in the outback”, fazendo dos mortos as coroas fúnebres do seu ideal que esmorece dia a dia, até nada restar. São apenas treze versos de grande poesia, como uma gota de sangue num copo de água pura, como uma chama na savana seca, à noite. “The Fever Tree” parece ser um tema que tanto se aplica aos settlers brancos como aos indígenas da Rodésia, versos que se alinham no lamento de tal sorte e destino, contando os batalhões dos mortos, verificando e pesando a raiva que de parte a parte tornou cada interveniente num salteador do doce país da sua infância, quer na cidade de altas torres brancas ou nas aldeias da desolação, fome e morte. Essa direção dual temática aparentemente também se mantém no título já conhecido “Hate Us and See If We Mind” - dum lado o esgotamento e a perda da esperança num sonho mal fadado, e do outro, a fé do direito natural à terra, dos que se escondem no mato à espera do momento adequado de atacar o leopardo na garganta. Num certo sentido, o fatalismo branco nasce duma dada racionalidade que perdeu qualquer razão perante o solo empapado de sangue e lama, e os resistentes sabem que é apenas uma questão de tempo. Musicalmente, é um dos temas mais marcantes deste primeiro CD de “A Passage to Rhodesia”, um tema de neofolk enérgico e recheado de imagens do tal passado televisivo, que é de facto “outro país”.
E depois há as palavras reveladoras de “The River Eternal”, aqui em tradução livre nossa :
Rumo à escuridão brilhante
Viajamos pela negra serpente ofuscante
Que nos leva direitos ao coração deste pesadelo
No fim deste rio está o fim desta guerra
As suas margens povoadas pelos sonhos dos homens
Que agora penetram na serenidade.
Espalhando sementes nas feridas desta terra em ruínas
Vendo a selva deslizar por perto
Passando pelo fumo tonitruante das Quedas
No fim deste rio cheirará apenas a doença e a morte lenta
Estávamos errados, muito além de errados
Tentar criar um paraíso, a calma deste riacho enraivecido
Agora tudo se foi
Mesmo os laços nascidos do terror
Mesmo por dentro deste coração,
o mais escuro entre os escuros
por este rio de insónia acima
Se tudo isto fosse apenas loucura
Se fosse apenas, se fosse apenas …
Um lânguido tema declamado sob um manto soturno de strings, talvez a descrição de uma fuga ou talvez sinal de antecipação de uma morte anunciada, a morte do próprio país projetado sobre os desígnios dos naturais, sob o ímpeto dos crentes da vontade branca, a caminho da negação, com a referência académica mas bem-vinda a Joseph Conrad e a “Heart of Darkness”. Como uma maldição.
“A Country Denied” dá seguimento ao mote anterior e daqui em diante assistiremos às exéquias poéticas da Rodésia, talvez como nunca antes o ouvimos. “Lullaby for Georgie” parece escrita pelo próprio Ian Smith, a despedida amarga de um visionário com as visões erradas sobre o futuro de um país que não é inteiramente o seu. Por outro lado “In a Wilderness of Spite” retoma a ideia do rio Aeeth como o cortejo fúnebre da nação, que é também o seu serpenteante túmulo, com outro poema de intenso sabor conradiano, se bem que de novo um mote de T.S. Eliot para a canção anterior parece fazer todo o sentido:
“Entre a ideia e realidade, entre o movimento e o ato, cai a sombra”.
Provavelmente por isso, o penúltimo tema se chame “Bread and Wine”, apanágio do pragmatismo resignado da sobrevivência, anos após o sonho desfeito de um paraíso branco um pouco abaixo do coração de África, num poema que rodopia numa ciranda de saudade:
Dizermos que estamos aqui
Que reclamamos o nosso passado,
Embora soubéssemos que não pudesse durar
A nossa tentativa patética de moldar este lugar
À nossa maneira estrangeira.
Dizer que estamos aqui para ver as nossas casas
Serem enterradas por uma salva de pedras
Assumir tudo isto e beber à nossa queda
Por isso amigos, bebamos a esta memória tão boa
Porque nem tudo está perdido
Quando ainda há vinho e broa,
Porque ainda não está tudo perdido quando há vinho e broa
E depois recuando no tempo
Eu sou eu e tu és tu
E a vida que conhecemos, que amámos tanto
Está aqui impoluta, virgem,

Aguardando essa salva de pedras
Encontraremos o nosso destino em casa
Enquanto homens se tornam ratos
No encerramento do pecado
Por isso amigos, bebamos a essa memória tão boa
Porque ainda não está tudo perdido
 Quando há vinho e broa
Oh como sentiremos a falta
do teu verde e dourado
Do ressoar dos teus riachos
Da majestade das tempestades
Dos sons das tuas pombas noturnas
Do calor na nossa pele do teu sol das colheitas
Do perfume do teu quente algodão
e dos teus leopardos ao sol
Já atrás o dissemos, Jerome Reuter está para além de qualquer conotação política, nem de longe aparentado com nostalgias perigosas (e entenda-se, perigosas sobretudo para quem as alimenta, no atual estado de situação no mundo ocidental); no entanto, a forma sentida e honesta com que analisa a alma do rodesiano branco é assustadoramente lúcida. Não há aqui sombra de vontade de crucificar publicamente aqueles que acreditavam piamente estarem a fazer o que estava certo – apenas constatar que a mais pura das intenções, o mais decente dos credos, pode acarretar erros que crescem como crimes contra a humanidade através dos séculos. Apenas a vontade simples de testemunhar uma queda justificada, gloriosa, esforçada e honrada, mas quão mesmo uma queda. Se entre nós e vós haja quem lá tenha estado, via o nosso próprio drama de descolonização do lado do Índico, ou se lembre de lá ter estado apenas como visitante nos soalheiros dias de ‘60 e ‘70, poderá ou não atestar melhor se as palavras deste luxemburguês poeta e trovador estão ou não mais que certas, que sejam exactas, no meio do turbilhão de emoções que as memórias geralmente desbloqueiam em massa, como as águas de uma queda em África.
A luxuosa caixa em formato de dez polegadas, alberga um fantástico beau livre com inebriantes colagens fotográficas que narram e transpiram melhor tudo aquilo que vos tentámos transmitir, e como dissemos, há ainda um DVD com 3 videoclips e uma entrevista de 3/4 de hora com Jerome Reuter, para além do belíssimo picture-disc que é um maxi de 10’’ a 45 rpm, com os temas “Braai, The Beloved Country”, e “My Traitor’s Heart”. Os doze temas incluídos no segundo CD, como também apontámos atrás, não são canções formais, antes postais sonoramente ilustrados, tendo portanto como morada do remetente, o tal outro país que é o Passado.

Sendo uma edição limitada a mil exemplares, saída oficialmente em Abril deste ano, naturalmente com um preço pouco convidativo, mas aceitável perante tal brilhantismo, poderá ainda ser adquirida pelos que hoje se tenham sentido tocados pela grandeza dos ROME de Jerome Reuter
Texto: JCS

domingo, 12 de outubro de 2014

Café Europa Radio Show #136

01. DER BLAUE REITER - "Underworld Dreams part II" (ESP) (le paradis funèbre II - l' adieu du silence - 2014)
02. DER BLAUE REITER - "L' Adieu Du Silence part I" (ESP) (le paradis funèbre II - l' adieu du silence - 2014)
03. SOPOR AETERNUS & THE ENSEMBLE OF SHADOWS - "Beautiful" (GER) (mitternacht - 2014)
04. SOPOR AETERNUS & THE ENSEMBLE OF SHADOWS - "Bang Bang" (GER) (mitternacht - 2014)
05. THE JOY OF NATURE - "The Girl With Razor Waiting By The Sea" (PT) (two leaves left - 2014)
06. SOL INVICTUS - "Once Upon A Time" (GB) (once upon a time - 2014)
07. SOL INVICTUS - "Spare" (GB) (once upon a time - 2014)
08. ROME - "In A Wilderness Of Spite" (LUX) (a passage to rodeshia - 2014)
09. ÆIRIKURA-  "Fornocht Do Chonac Thu (RUS) (v.a.ruthenia: from west to east  - 2014)
10. VASHTI BUNYAN - "Rainbow River" (GB) (just another diamond day - 1970)
11. VASHTI BUNYAN - "Turning Backs" (GB) (lookaftering - 2005)
12. VASHTI BUNYAN - "Shell" (GB) (heartleap - 2014)
13. WINE AND ALCHEMY - "Greensleeves" (USA) (what dreams may come - 2010)
14. BONNIE 'PRINCE BILLY & MARIEE SIOUX - "Loveskulls" (USA) (bonnie & mariee - ep - 2012)
15. HEATHEN APOSTLES - "Before You Go" (USA) (without a trace - ep - 2014)
16. HEATHEN APOSTLES - "Dark Was The Night" (USA) (boot hill hymnal - 2013)
17. LA BURCA - "River'sDream" (BRA) (la burca - 2013)
18. LUPI GLADIUS - "Umano É Imperfetto" (IT) (veritas - 2014)
19. NEBELUNG - "Innerlichkeit" (GER) (palingenesis - 2014)
20. ART ABSCONs - "Erscheinung! (VestreKirkeg+Ñrd, Denmark)" (GER) (travelling with ukulele - 2014)
21. BLOOD AXIS & SANGRE CAVALLUM - "Sonne Golthi-Ade" (USA/PT) (v.a.mit fester hand - 2011)
22. STRYDWOLF - "Wir Rufen Deine Wolfe (w. Argheid)" (NED) (aus alter zeit - 2012)
23. ERDE - "Unruhevollen Jugend" (GER) (böse zeit - 2014)
24. ÀRNICA - "Cuerno Roto" (ESP) (v.a. raiz iberica - 2014)
25. KELTIKA HISPANNA "Trikantam Entor-Kue Toutam" (ESP) (v.a. raiz iberica - 2014)
DER BLAUE REITER
Photo by AF



domingo, 5 de outubro de 2014

Café Europa Radio Show #135

01. BILL FAY - "City Of Dreams" (GB) (life Is people - 2012)
02. BILL FAY - "Time Of The Last Persecution" (GB) (still some light - 2010)
03. BILL FAY - "My Eyes Open" (GB) (still some light - 2010)
04. CURRENT 93 - "I Could Not Shift The Shadow" (GB) (i am the last of all the field that fell - 2014)
05. THE JOY OF NATURE - "Behind The Window" (PT) (two leaves left - 2014)
06. EMPYRIUM - "Saviour" (GER) (the turn of the tides - 2014)
07. ELIWAGAR - "Huldrefolk" (NOR) (eliwagar - 2014)
08. FAUN - "Walpurgisnacht" (GER) (luna - 2014)
09. NORDGLANZ - "Aufstand Der Trunkenbolde" (GER) (fragmente von einst - 2014)
10. FRAKMÜNDT - "Firnföuskamerad" (SUI) (v.a. mit fester hand - 2011)
11. FALKENSTEIN - "Die Letzte Krauterhexe" (GER) (die letzte krauterhexe - sg- 2013)
12. ÀRNICA - "Caminando Hacia El Sol" (ESP) (lecho de piedra - 2014)
13. AELDABORN - "Hakonarmal" (GER) (cosmic trident - 2014)
14. AINULINDALE - "Namarie" (FRA) (nevrast - 2013)
15. DAVID E WILLIAMS - "The Emperor Of Ice Cream" (USA) (trust no scaffold built of this bone - 2013)
16. CAPRICE - "The True Knowledge" (RUS) (girdenwodan, part 2 - 2014)
17. DER BLUTHARSCH AND TICOTLH - "Mountains Of Sorrow" (AUT) (today i want to catch clouds - 2014)
18. WOVENHAND - "The Refractory" (USA) (refractory obdurate - 2014)
19. SWANS - "To Be Kind" (USA) (to be kind - 2014)
20. URFAUST - "Spiritus Nihilismus" (NED) (7'' split w. king dude
21. BEN FROST - "Secant" (AUS) (a u r o r a - 2014)
22. KING DUDE - "Never Run" (USA) (fear - 2014)
ÀRNICA

THE JOY OF NATURE
Photos : AF