quinta-feira, 26 de abril de 2012

Café Europa: Emissão #19, de 23-04-2012

01. THE CHANGELINGS “Riverman” GB
02. IN GOWAN RING “Way To Blue” USA
03. CHANGES “Lament / Flying” USA
04. PHASE II “Rest” USA
05. ROME “Cross Of Flowers” LUX
06. ROME “The Death Of Longing” LUX
07. ROME “Little Rebel Mine” LUX
08. THE TRIPLE TREE “Three Crowns” GB
09. ORCHESTRA NOIR “Circus” GB
10. SOL INVICTUS “The Cruellest Month” GB

01. ROSA CRVX “Eli-Elo” FR
02. THE THIRD AND THE MORTAL “Persistant And Fleeting” NOR
03. ULVER “Little Blue Bird” NOR
04. SEVEN PINES “Printemps de Pierre” FR
05. STORMFAGEL “Hall Lagan Klar” SUE
06. ATARAXIA “Sigillat” IT
07. ANDREA NEBEL “In My Dreams I’m Free” NOR
08. SOPOR AETERNUS “20.000 Leagues Under The Sea” DE
09. CAFÉ DE L’ENFER “Six Mille Milles” AUT
10. THE MOON AND THE NIGHT SPIRIT “Zoldparazs” HUN
10. SIEBEN “Shake The Tree” GB

Rosa Crvx

(Photo by Angelo Fernandes)

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Café Europa: Emissão #18, de 16-04-2012

Destaque para “No Less Than All” de Sieben
01. JOY DIVISION “Transmission” GB
02. DERNIERE VOLONTÉ “Ne Te Retourne Pas” FR
03. KIRLIAN CAMERA “Nightglory” IT
04. VARUNNA “Al Vento Nevio” IT
05. SIEBEN “Music Is Light” GB
06. SIEBEN “Preacher Online” GB
07. SIEBEN “I Saw A Face” GB
08. SIEBEN “Vannegut” GB
09.  L’EFFECT C’EST MOI “Le Dernier Soufir” IT
10. TROBAR DE MORTE “Natural Dance” ES
11. SOPOR AETERNUS “A Strange Thing To Say” DE
12. SOPOR AETERNUS “I Fell For One (Who Loved Me Not)” DE

01. NAEVUS “The German” GB
02. SIEBEN “Shake The Tree” GB
03. SIEBEN “Black Dog Day” GB
04. SIEBEN “No Ordinary Life” GB
05. MARC ALMOND “Letter for Magadan” GB
06. MARC ALMOND & MICHAEL CASHMORE “The Man Condemned To Death” GB
07. LUIGI RUBINO “Melancholic Lisbon IT
08. ASHRAM “For Each And Every Child” IT
09. SIEBEN “He Can Delve In Hearts” GB
10. SIEBEN “In A Train” GB
11. SIEBEN “No Less Than All” GB
12. SIEBEN “Music Is Light Part II (Play Me Again)” GB
13. OF THE WAND AND THE MOON “Midnight Will” DIN
14. SIEBEN “Transmission (Joy Division cover) GB
Trobar de Morte
(Photo by Ângelo Fernandes)

terça-feira, 17 de abril de 2012

Café Europa apresenta : SIEBEN – “No Less Than All” digipack R008CD, Redroom Recs, 2012

Desenvolvi os Sieben de modo a poder tocar sem qualquer acompanhamento, usando um pedal de loops, o violino e minha voz. Posso começar com uma melodia simples, acrescentar uma ou duas partes de baixo, alguma percussão, tocando batidas em várias partes do violino, com harmonias e melodias sobrepostas, cantando sobre tudo isto. Fazer isto ao vivo tem sido óptimo, e tenho observado que este método alcança bastante mais efeito nas audiências – desse modo eles podem ver as canções crescer à sua frente e perceber como os temas são construídos pouco a pouco…” “Aqueles que acreditam em teledinâmica, levantem-me a mão!”.
Palavras de Matt Howden na sua página oficial que atestam a essência individual do projecto SIEBEN, mostrando que uma das vias do futuro da música não passa pelo espírito gregário…
Numa época em que nunca se falou tanto de regras de ouro, redutoras dos direitos e liberdades do cidadão, alguns já remontando à velha revolução francesa, impõe-se que na abordagem dum novo disco do violinista britânico Matt Howden, figura de relevo na música contemporânea europeia, se quebrem umas quantas regras douradas de contenção e que se faça reverter a austeridade da retórica contra a tirania que paradoxalmente emana do coração duma Europa doente e com prognóstico reservado. O novo trabalho de Howden chama-se muito justamente “No Less Than All”, nada menos que tudo e isso será o mínimo que dele poderemos esperar. Desde já se diga que este é um dos seus mais contagiantes trabalhos e também um dos mais curtos, uma fórmula de sucesso, tão antiga quanto “DaCapo” dos LOVE.
O exemplo de Matt Howden como unidade musical autónoma representará ironicamente um exemplo para o neoliberalismo vigente, o espírito do “cada um por si”, curiosamente as palavras do comandante do Titanic há cem anos, a partir de um certo grau de inclinação do gigantesco casco… Matt Howden toca tudo sozinho, faz tudo sozinho, escreve tudo sozinho, é livre porque não tem colegas, não tem sócios nem patrões, mas contribui - e de que maneira! - para a produção musical europeia, afirmando a sua música como uma das mais fiéis representações artísticas do quotidiano do século XXI, embora com os pés da memória bem assentes no que de melhor houve no século passado, ao qual Mário Soares, ingenuamente chamou o século do povo. Será que a música de Matt Howden está próxima do povo? Será música popular?
Matt Howden começou por se tornar nome de referência sobretudo a partir do início da sua colaboração com Tony Wakeford nos SOL INVICTUS, concretamente desde “Cupid and Death” de 96 até “Thrones” de 2001; desde então foi lançando álbuns em seu nome ou dos SIEBEN, tornando a década passada o seu espaço cronológico de afirmação. E é um facto que a coluna que sustenta a sua música é toda ela composta por um acervo de actualização tecnológica, rodeado por uma completa panóplia de pedais e gadgets que transfiguram por completo o seu violino.
Uma das constantes em “No Less Than All” é a permanente toada alusiva a codificações clássicas do universo do rock e da música moderna em geral – não é exagero afirmarmos que logo após os segundos atmosféricos da abertura com “Music is Light” se entrecruzam num violino as referências quase académicas aos KRAFTWERK, aos JOY DIVISION e aos STOOGES, num cocktail arquitectónico perfeito, usando de uma linguagem poética intensamente simbolista em que o meio é o objecto da Arte e por assim dizer gera um feedback que dá o mote exacto para o resto do álbum – a música é luz para o espírito, e até nisso Matt Howden uma vez mais assume despretensiosamente a sua vasta bagagem cultural, com preocupações autenticamente sociais e construtivas, num raro exemplo de congruência e talento.
E como se não bastasse esse cartão-de-visita, “No Less Than All”, prossegue com um compasso ternário, o de “Preacher Online”, um tema que nasce de uma constatação – a de que existe nos Estados Unidos um pastor com o seu nome e que a diversidade de vidas e das coisas que ambos fazem não cessam de o surpreender e inspirar. Mas essa grandeza de mudança no mundo não o intimida ao ponto de sentir qualquer constrangimento em citar directamente alguns dos seus heróis – e pela milésima vez assistimos a um tributo aos JOY DIVISION, na qual Howden se apropria de “Transmission”, recriando-a num fraseado suave e dinâmico, elevando-a na forma como a contextualiza com os dias que vivemos – uma versão que vale, decerto, um original, e se perfila na seriedade da matriz que a motivou, até porque, segundo o próprio, é a primeira versão que alguma vez aparece nos seus discos.
De seguida ficamos em presença de um dos mais potenciais hits radiofónicos dos SIEBEN – isto dito assim pode eventualmente parecer graçola, mas “Shake The Tree” é de novo uma construção “kraftwerkiana”, sem decalques, obviamente, mas a qual desliza num trilho rítmico sincopado e com um balanço que parece por vezes aparentado de longe com o trip-hop assimétrico, e colorido pelo vibrado do violino de Matt Howden. Pode também, pela sua temática, tornar-se numa de duas coisas – ou um forte tema de fundo para uma campanha europeia de restituição dos direitos democráticos (e aí há mesmo muito que abanar a árvore), ou então num bem-disposto hino ecológico.
Os restantes temas recuperam um pouco do universo “Howdeniano” – há “Black Dog Day”, que se encontra nos antípodas de “Shake The Tree”, mas não há sempre dias perfeitos; lá mais para o final deparamos com um atípico fecho de álbum (ou quase) que, só por si, é outro pico alto deste trabalho dos SIEBEN – “In A Train” é um tema TGV, isto é, uma máquina de grande “horsepower“ que corta caminho através dos campos – se calhar, dessa Europa fora -  num crescendo fantástico de linhas de violino que parecem mesmo saídas de - …lá está!!!...- Trans Europe Express, dos KRAFTWERK.
É um preceito reconhecido na longa marcha das análises de conteúdo e forma – uma história circular tem sempre mais impacto que as outras, que se afirmam como meramente lineares. Matt Howden, talvez pensando nisso, retoma o tema de abertura, nas suas nuances atmosféricas, para pôr um fecho no álbum: Music Is Light, part II, (Play me again), não sem antes recuperar um velho tema com dez anos, dos tempos do belíssimo “The Line and the Hook”, que nem de propósito dá título a este novo. “No Less Than All”.
É bom de ver que Matt Howden nos quer dizer qualquer coisa – ao reutilizar um velho tema para lhe dar novas roupagens, compaginadas pela ditadura dos loops e de novas e quase inesgotáveis hipóteses de mistura, faz-nos sinal que entre um e outro disco se passaram dez anos, uma década que foi ganha a trabalhar mas, se calhar talvez perdida para muitos, maugrado o esforço, o empenho, o suor, as ideias e dinheiro ganho ou investido; todos os temas deste “No Less Than All” apontam para um sentimento criativo de auto-confiança, resistência e esperança, contudo realista e assertivo. Tudo isto num álbum de três quartos de hora (mais um sinal dos tempos, felizmente já comum noutros artistas, que também deixaram para trás a política de mercado dos 79 minutos por álbum, com “fillers” a torto e a direito só para encher chouriços…).
É como que uma subtil e bem-educada maneira de dizer “Ainda aqui estou. E tu?”
Para o futuro, da música ou da Europa onde a cultura dessa música deverá prevalecer, é bom que quem detém a chave dos cofres se compenetre do seguinte – é bem provável que muitos milhões venham a exigir “No Less Than All”, nada menos que tudo, quer eles o autorizem ou não.       
Com Matt Howden e os SIEBEN, já sabemos que funciona!
(texto de João Carlos Silva)
(Photos by Ângelo Fernandes)

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Café Europa: Emissão #17, de 09-04-2012

01. CURRENT 93 “Oh Coal Black Smith” GB
02. THE LINDBERGH BABY “Cassilda’s Song” USA
03. BLOOD AXIS “Erwachen In Der Nacht” USA
04. DAMH THE BARD “Spirit of Albion GB
05. ALASDAIR ROBERTS & FRIENDS “What Put The Blood On Your Right Shoulder, Son?” SCO
06. SHIRLEY COLLINS “Bonnie Boy” GB
07. NOVEMTHREE “We All Must Die” USA
08. THE JOY OF NATURE “Song Of Innocence” PT
09. KIRLIAN CAMERA “Looking for Europe (Sol Invictus cover) IT
10. ROME “Der Brandtaucher” LUX
11. CLAN OF XYMOX “Dream Of Fools” NL
12. DOWN IN JUNE “The Enemy Within” SUE
13. LOVAC “Filth of a Paradise SUE

01. DERNIÈRE VOLONTE “Achtung” FR
02. NOX “Canibal Night” FR
03. KREUZWEG OST “Stammen” AUS
04. TRIORE (TRIARII & ORDO ROSARIUS EQUILIBRIO) “The Missing Hour” DE/SUE
05. SWANS “Sex God Sex (live) USA
06. LYDIA LUNCH / BIG SEXY NOISE “Kill Your Sons” USA/GB
07. JOHN CALE “Hey Ray” GB/USA
08. AND ALSO THE TREES “Hunter Not The Hunted” GB
09. ULVER “September IV” NOR
10. COMUS “Diana” GB
11. STORMCLOUDS “To Sleep, Perchance To Dream” GB
12. ORAISON “Fields” FR
13. HORUS CHAMBER “Oh Coal Black Smith” PT, Aveiro
Ulver

The Joy Of Nature

(Photos by Ângelo Fernandes)